O título deste texto é o nome de um livro escrito pela produtora executiva do seriado Grey’s Anatomy, Shonda Rhimes, sobre seu crescimento pessoal e o click que ela teve ao se dar conta de que andava dizendo muitos nãos para as coisas e situações da vida. E a partir daí olhar mais de perto para si mesma e o que aconteceria se começasse a dizer mais sins. Basicamente isso.
Sinceramente? Não li o livro, somente a apresentação.
Mas preciso admitir, amei o título. Só ele já foi suficiente para me fazer viajar horas para dentro de mim mesma. Rendeu um tanto.
Lembrei nitidamente da fase da minha vida em que comecei a dizer sim para ela, na saúde e na doença, na alegria e na tristeza até que a morte nos separe.
Foi uma transformação e tanto. Para melhor, muito melhor. Ganhei alguns amigos e outros tantos desafetos. Mas deixei de trair à mim mesma.
E isso, por si só, é transformador.
Não trair à si mesmo. Faça chuva. Faça sol.
Reconhecer quando os nãos que damos estão em desarmonia com os sins que nos aguardam.
Quando eles, sins e nãos, estarão em acordo? Em sintonia? Vibrando em uma energia que faz a vida fluir? Sem culpas, e nem sapos entalados?
Tenho para mim que acontecem quando são honestos, transparentes, verdadeiros, reais, acolhedores e caridosos.
Quando nascem de um propósito e não apenas de um objetivo. O objetivo é filho da mente e o propósito é filho da alma e nasce através da mente que está à serviço da vida, como uma parideira.
É preciso coragem e maturidade para dizer sim para a vida e para nós mesmos.
Dá mais trabalho. Muito mais. Dizer sim é se deixar dançar pela vida leve, livre e feliz. A gente aceita os passos que sabe dar e improvisa outros tantos enquanto vamos aprendendo a escutar os diferentes ritmos.
Respeita o espaço alheio sem deixar de desfrutar o próprio espaço.
É aproveitar totalmente o momento independente da plateia que nos sorri ou nos julga.
É impôr menos condições para explorar os mais ricos movimentos nas melhores companhias, inclusive a própria, como se não houvesse amanhã.
Dizer sim é abrir-se. É dizer secretamente: deixa vir que eu encaro. Aceito. Acolho. Transformo. Com respeito é claro.
É reconectar-se com a força que nos permite aproveitar um tempo finito dentro do infinito que nos cabe.